24 de junho de 2009

Rappers apoiam campanha contra a AIDS


Em um esforço para espalhar informação sobre a epidemia da AIDS, a estação de rádio de hip-hop de Houston, 97.9 The Box, irá premiar a comunidade com um grande show gratuito para residentes locais que se submeterem ao teste de HIV.A estação uniu forças com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos de Houston e outras instituições para lançar o evento 'Hip Hop For HIV Awareness' (Hip-Hop pela conscientização do HIV).

Como incentivo, todos que fizerem o teste receberão um ingresso para um super show que será realizado no mês que vem. A atração contará com pesos-pesados da cena do rap do sul dos Estados Unidos e com astros do R&B. Plies, Bun B (foto), Twista, Yung L.A., Gorilla Zoe, Day 26, Bobby Valentino, LeToya Luckett e Ginuwine estão programados para subirem no palco do Centro de Convenção George R. Brown, em H-Town, no dia 11 de julho.Os testes e orientações gratuitas, que terão início hoje (22 de junho), em Houston, continuarão pelos próximos quatro dias.

fonte: central do Rap

por: Jair Campelo

16 de junho de 2009

Igreja Mundial do Poder de Deus

Igreja Mundial do Poder de Deus


Como uma pequena denominação do interior paulista fundada por Valdemiro Santiago (obreiro, evangelista, pastor e bispo na Igreja Universal do Reino de Deus durante 18 anos), se tornou o maior fenômeno cristão brasileiro da atualidade.Febre momentânea? Dificilmente. O que se vê na sede da Igreja Mundial do Poder de Deus parece ser o epicentro do mais novo fenômeno da Igreja Evangélica brasileira.Ainda falta muito para as oito horas da manhã do domingo, mas a multidão que lota as imediações em direção às antes tranqüilas ruas Carneiro Leão, Visconde Parnaíba e Caetano Pinto, no bairro do Brás, região central da cidade de São Paulo, mostra que algo novo está acontecendo por ali. Entre os milhares, há grande expectativa e um único assunto: “O que Deus fará no culto de hoje?”. Quando a reunião começa, o que acontece durante as quatro horas seguintes deixa claro que a pergunta faz muito sentido. Entre testemunhos, cânticos e exposição da Palavra de Deus, o que se vê por todos os cantos do templo são pessoas chorando, agradecendo com as mãos levantadas e dizendo-se transformadas pelo poder de Cristo. Nesse ambiente, curas, e milagres dão o tom à adoração.De problemas familiares, como as constantes brigas entre os pais e o filho viciado em drogas, às mais letais doenças da atualidade – câncer e Aids entre elas – estar lá parece ser para os freqüentadores a resposta para qualquer coisa. Quem participa pela primeira vez – e não são poucos – já faz planos para voltar na semana seguinte ou até antes em alguma filial mais próxima de sua casa. Não à toa, o local ganhou o sugestivo nome de Templo dos Milagres. Exagero? Não. Febre momentânea? Dificilmente. O que se vê na sede da Igreja Mundial do Poder de Deus parece ser o epicentro do mais novo fenômeno da Igreja Evangélica brasileira. Mesmo durante a semana, mais de 15 mil pessoas costumam lotar cada uma das três reuniões diárias promovidas no local – uma antiga fábrica com 43 mil metros quadrados de área convertidos em um dos maiores templos brasileiros há dois anos. Não se trata de algo localizado. Coisa semelhante pode ser vista nas filiais da denominação. Em apenas 10 anos de existência e com o uso dos meios de comunicação de massa, especialmente a televisão, a Mundial já tem mais de 500 templos em quase todos os Estados brasileiros e está presente em outros países como Argentina, Colômbia e Uruguai, na América do Sul, Espanha e Portugal, na Europa, Moçambique, na África, e Japão, na Ásia. Segundo dados da própria denominação, somente no último ano cresceu mais de 200%, abrindo quase 20 novos templos por semana. Números que, diga-se de passagem, não estão fechados e podem ser ainda maiores, mas já a transformam na igreja que mais cresce no Brasil na atualidade.“Não acredito que seja algo momentâneo ou passageiro. A Mundial é uma igreja neopentecostal que traz, sim, um componente novo”, explica o pastor e pesquisador Ricardo Bitun, professor de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “A marca do avivamento no começo do século 20 foi o falar em línguas. Depois disso, tivemos a chamada ‘segunda onda’ nos anos 50, que enfatizou a cura divina. E, nos anos 70 e 80, houve a ênfase na libertação e prosperidade. Agora, esta igreja não somente reúne todos esses elementos, como dá uma renovada ênfase nas curas”, diz ele.Os testemunhos ouvidos nas reuniões realmente impressionam. Somente nos dias em que a reportagem esteve presente nos cultos, pessoas relataram terem sido curadas de graves seqüelas de derrames, leucemia e oito graus de miopia. Em geral, trazem fotos mostrando como estavam debilitados antes, exames antigos, nos quais aparecem as enfermidades e problemas, e outros novos, comprovando as curas. Tudo a pedido da própria igreja, que faz questão de documentar as curas. Para tanto, como outras denominações neopentecostais, a Mundial faz uso de objetos simbólicos como toalinhas, rosas e o copo de água em cima da televisão ou do rádio. Entretanto, faz questão de combater um dos maiores símbolos de uma de suas concorrentes: “Aqui não temos sal grosso. Isso usamos em casa, nos churrascos que fazemos”, costumam dizer alguns pastores.AvivamentoEntender o espantoso crescimento obtido pela Igreja Mundial do Poder de Deus é impossível sem falar no homem pelo qual tudo começou há uma década, em Sorocaba, no interior paulista. Aos 45 anos, o mineiro Valdemiro Santiago de Oliveira não é somente apóstolo e líder da denominação, mas também sua cara. Com sua fala tranqüila e jeito popular, ele cativa o público. “Não sou um homem letrado. Mas dou graças a Deus, porque ele me escolheu e tem realizado grandes sinas e milagres por meu intermédio”, diz ele, que é pastor por formação, mas também um carismático locutor e apresentador. Sempre ao lado da esposa, a bispa Franciléia, e das filhas, a missionária Rachel e a cantora Juliana, Valdemiro traz um discurso tanto de humildade quanto de ênfase em relação a sua missão e chamados: “Costumo dizer que nós homens é que atrapalhamos o trabalhar de Deus. Por isso, tento me esforçar para atrapalhar o menos possível, pois sei que o Senhor deseja fazer coisas grandiosas nessa igreja. A Mundial é um avivamento levantado por ele”.Antes de fundar a igreja, Valdemiro Santiago foi obreiro, evangelista, pastor e bispo durante 18 anos na Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Assim, começou sua caminhada na fé e passou a viver uma vida que classifica como “sobrenatural e cheia de livramentos”. Um dos episódios mais marcantes aconteceu ainda em 1996, quando liderava o trabalho em Moçambique, na África. “Naquele tempo, saíamos para pescar em alto mar. Ganhamos um barco e ajudávamos comunidades carentes. Mas nosso crescimento começou a causar ciúmes em líderes muçulmanos. Certa vez, quando já estávamos a mais de 20 quilômetros da costa, o barco começou a afundar. Fomos sabotados”, conta ele.Dos quatro ocupantes da embarcação, apenas Valdemiro e outro pastor sobreviveram. O pastor foi resgatado por um pesqueiro que passava no local e viu o ministro em uma bóia de sinalização. Junto com um músico e um pastor, Valdemiro tentava chegar à costa nadando. “Tinha 153 quilos na época, era obeso. Eles eram atléticos. Por isso, desobedeceram minhas ordens e acharam que podiam me acompanhar. Mas decidi nadar pela fé e orientação do Espírito Santo. Logo, a forte correnteza nos separou e nunca mais os vi”. Ele nadou por mais de oito horas em meio a cardumes de tubarões brancos que se reproduzem na região e costumam estar famintos. Por fim, mesmo com os olhos sangrando por causa da alta salinidade da água, conseguiu avistar a praia. “Mas não tinha forças para me aproximar. Quem me carregou foram dois homens, que não deixaram rastros. Só podiam ser anjos”, acredita.O incidente fez com que começasse a discordar das crenças defendidas por seus líderes da época. “Eles ensinam que os anjos existem, mas não podemos vê-los ou senti-los fisicamente. O que vivi me mostrou que isso não é realidade”. Nos meses que se seguiram, outras divergências teriam surgido. A tal ponto que, já de volta ao Brasil, ele diz ter decidido sair daquela denominação. “Nunca pensei em começar outra igreja, mas já não podia ficar em um lugar que não guardava mais a Palavra como tinha aprendido no começo de minha caminhada cristã”, diz o apóstolo, que até hoje não gosta de citar o nome da igreja, e prefere falar em “outro ministério” quando se refere a ela.Segredo do sucessoO começo da Igreja Mundial do Poder de Deus em nada lembra as grandes reuniões que agora se realizam em seus templos. Depois de uma semana de trabalho evangelístico, visitas e convites realizados por Valdemiro Santiago, sua família e alguns pastores que o acompanharam quando deixou as fileiras da Iurd, apenas 16 pessoas participaram da primeira reunião da nova denominação. Foi decepcionante para quem, segundo ele mesmo, estava “acostumado com multidões”, mas decisivo para moldar os rumos que fariam o sucesso da igreja. Entre outras coisas, o apóstolo aprendeu que era preciso estar entre o povo. Foi o que fez e continua a fazer ainda hoje, quando, ao término dos cultos, passa pelo meio dos presentes.Junto com as curas que começavam a ocorrer em grande número e orações e vigílias em montes – uma antiga prática pentecostal que se tornou marca registrada da Mundial –, o salão alugado ficou pequeno. E começaram a se mudar para outros, cada vez maiores. Agora, no Templo dos Milagres, a plataforma de onde os cultos são dirigidos fica no meio do espaço. Valdemiro chega lá usando uma escada subterrânea. Mas faz questão de sair por alguma das portas laterais, passando pelo meio dos presentes. As pessoas se amontoam ao seu redor e é quase impossível andar. Querem tocá-lo. Alguns testemunham que foram curados por seu suor ou encostando fotos e documentos em suas roupas.“É algo completamente diferente do que fazem outros líderes de igrejas neopentecostais como Edir Macedo, R. R. Soares e Estevam Hernandes. A maioria das pessoas que freqüentam a igreja é composta por gente simples, mas que se identifica por poder sentar e conversar com Valdemiro, que as abraça e chora com elas”, analisa o professor e pastor Paulo Romeiro, também da Universidade Mackenzie. Para ele, mais do que uma denominação, a Mundial, mais que uma denominação é um movimento que deve continuar crescendo cada vez mais. “Comparo o Valdemiro com o movimento que o David Miranda fez a partir dos anos 60, com a Deus é Amor e as curas. Com a diferença que, está melhor preparado em termos de conhecimento e não enfatiza usos, costumes e doutrinas”, afirma.Nessa caminhada e disputa por horários na televisão com outras igrejas como a própria Universal e a Internacional da Graça de Deus, a Mundial obteve recentemente uma grande vitória. No dia em que foi ao Templo dos Milagres para falar com o apóstolo Valdemiro Santiago nossa equipe recebeu em primeira mão a notícia de que a igreja acabara de adquirir junto à Rede Bandeirantes os direitos para gerir e transmitir durante 22 horas diárias o conteúdo do Canal 21. As outras duas horas seriam ocupadas pelo jornalismo da própria Band. Uma notícia que surpreendeu muita gente e que deve gerar ainda mais oposição e perseguição ao líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, que diz já ser vítima de discriminação e até de ameaças de morte. “Um líder dessas grandes igrejas por aí me encontrou no Rio há alguns dias e disse que ia me varrer da sua frente. Também tem gente ligando para o meu celular e dizendo que vai me matar. Não entendo como esse tipo de coisa pode vir de irmãos na fé. Oro para que eles cresçam e creio que o Senhor abrirá os olhos deles para orarem por mim, pois são homens de Deus. Mas uma coisa digo: não vamos parar. Se fecharem uma igreja nossa, podem ter certeza, que abriremos outras 10 em seu lugar”, garante com fé. E, pelo andar da carruagem, ninguém precisará esperar muito para ver isso .Fonte: Revista Eclésia

5 de junho de 2009

Espiritualidade Cristã


Tenho, nos últimos anos, refletido sobre a espiritualidade cristã. Minha preocupação está voltada para a apatia espiritual, a falta de integridade e coerência entre nossas convicções e a vida, a distância entre a teologia e a oração, e o chamado de Cristo para amar a Deus com a mente e o coração. Embora este tema tenha tomado outros rumos e provocado outros interesses, nem sempre fundamentados na Bíblia ou na longa tradição cristã, ele segue sendo um grande desafio para os cristãos do século 21.

Para manter o foco numa espiritualidade cristã e bíblica, é preciso reconhecer a centralidade da cruz. A cruz de Cristo foi única no sentido de que representou uma escolha, um caminho que Jesus decidiu trilhar: o caminho da obediência ao Pai. A espiritualidade cristã requer obediência. Sabemos que no tempo de Jesus existiram muitas outras cruzes e muitos que foram crucificados nelas; alguns culpados, outros martirizados. No entanto, nenhuma delas pode ser comparada com a cruz de nosso Senhor em virtude daquilo que ela representou.

Podemos considerar que a cruz de Cristo começa a ser carregada no episódio da tentação. Ali, o diabo propõe um caminho para Jesus ser o Messias. Um caminho que representou uma forma tentadora de ser o Messias. Transformar pedras em pães, saltar do alto do templo e ser amparado por anjos, e receber a autoridade política e financeira sobre os reinos e as nações. Se Jesus aceitasse a oferta do diabo, rapidamente teria uma multidão de admiradores, de gente faminta encontrando pão nas ruas e estradas, encantada com seu poder sobre os anjos e os seres celestiais e com seu governo mundial estabelecendo as novas regras políticas e econômicas. Seria o caminho mais rápido para implantar seu reino entre os homens.

Porém, o caminho de Deus não era este. O reino que ele oferece precisa nascer primeiro dentro de cada um. As mudanças não acontecem de cima para baixo nem de fora para dentro. É um reino que vem como uma pequena semente e leva tempo para crescer. Não é imposto, é aceito. Não se estabelece pela força do poder, mas pelo coração e mente transformados. O rei deste reino não permanece assentado no seu trono, mas desce e se torna um servo.

A cruz de Jesus não significou apenas o sofrimento final do seu ministério público. Ela representou uma escolha que o acompanhou por toda a sua vida e que culminou em seu sofrimento e morte. Quando Jesus nos chama para segui-lo, ele afirma que, se não tomarmos nossa cruz, não será possível ser seu discípulo. A razão para isto é clara. Se o caminho dele é o caminho do servo obediente, o nosso não pode ser diferente. Por isto, precisamos tomar nossa cruz, e ela deve representar também nossa escolha, que é a mesma que ele fez -- uma escolha pela renúncia e pela obediência ao Pai.

O apóstolo Paulo entende o chamado de Jesus para tomar a cruz e segui-lo quando afirma: “Eu estou crucificado para o mundo e o mundo está crucificado para mim”. O caminho do mundo ensina: “Ame seus amigos e seja indiferente com os outros”. O caminho de Jesus diz: “Ame os inimigos e ore por eles”. No caminho do mundo ser o maior e o melhor é o mais importante. No caminho de Jesus o melhor é ser o menor e o servo de todos.

Podemos achar que o caminho de Cristo é muito difícil, que amar os inimigos, orar pelos caluniadores, ser manso num mundo competitivo, humilde numa sociedade ambiciosa, não é só difícil -- é impossível. Concordo, por isto o chamado é para tomar a cruz. A cruz significa renúncia, sofrimento e morte.

As opções estão diante de nós diariamente. Todos os dias somos levados ao monte da tentação. Todos os dias o diabo nos oferece suas ofertas e seu caminho, e Deus, pela sua palavra, nos revela seu caminho. Todos os dias temos de fazer nossas escolhas. Tomar nossa cruz é aceitar o caminho de Cristo, e neste caminho experimentamos uma espiritualidade verdadeira.


• Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.